ENSEADA
Retenho a força anímica dos teus olhos
Enseada onde aporto minhas memórias esparsas
E me entrego à deriva, aos pensamentos sem velas e bússolas
Na proa das minhas incertezas, algo resiste, persiste
E teus olhos novamente me prendem tal qual força sobre-humanaDesconsertam-me e minhas verdades são então refutadas, rendidas
E assim adentro o mar aberto das lembranças
Despida de todas as minhas pórticas certezas, da minha vaga noção de realidade
Surjo absolutamente cativa, e tudo o mais é nada diante dessa força anímica
Enseada de doce miragem
Que tudo possa ser, quiçá...
infini aussi longtemps qu’il durera !