TALVEZ
Talvez eu devesse ser menos intimista
Viver menos à tangente
Sorver a vida em brandos goles de concreto
Dispersar minhas abstrações
Dissecar as incertezas que me cercam
Extrair com fino trato todas as minhas sutilezas
Guardá-las como se guarda o segredo interpretado
E nunca mais expôs-las à mesa
Talvez eu devesse ser menos evidente
Recolher as peças do tabuleiro
Encarcerar a rainha, observar o movimento preciso da torre
Render-me silente ao anunciado “xeque-mate”
Quiçá um dia eu seja menos poética
Veja menos estrela cadente
E quem sabe assim, um dia,
Meus versos possam ser mais convincentes...
Adriana Bizzotto
Dissecar as incertezas que me cercam
Extrair com fino trato todas as minhas sutilezas
Guardá-las como se guarda o segredo interpretado
E nunca mais expôs-las à mesa
Talvez eu devesse ser menos evidente
Recolher as peças do tabuleiro
Encarcerar a rainha, observar o movimento preciso da torre
Render-me silente ao anunciado “xeque-mate”
Quiçá um dia eu seja menos poética
Veja menos estrela cadente
E quem sabe assim, um dia,
Meus versos possam ser mais convincentes...
Adriana Bizzotto